“Feliz de ti que temes o Senhor,
e diriges teus passos pelos seus caminhos.
Comerás do trabalho de tuas mãos,
e tudo te correrá bem.”
Salmo (127, 1-2)
Foi corrente na Igreja, sobretudo nos tempos mais antigos, o costume de dar sentido cristão às comemorações do século. Valendo-se, portanto, de eventos importantes relacionados à fé, bem como da memória dos santos, ela inseriu em seu calendário festas litúrgicas que coincidiam com as festas civis. Desse modo, sobrenaturalizou valores humanos por ela já incentivados e considerados bons, dando-lhes uma motivação verdadeiramente espiritual.
Concernente a essa tradição, o Papa Pio XII instituiu em 1955 a festa de São José Operário a 1º de Maio, dia em que se comemora no calendário civil a festa do trabalho. Elegendo como patrono deste dia o pai nutrício de Nosso Senhor Jesus Cristo, esposo casto de Maria, que era um humilde e diligente carpinteiro, a Igreja exalta suas virtudes e o coloca como exemplo universal para os trabalhadores em todos os tempos e condições.
Com efeito, São José não deixa de ser insigne modelo para os estudantes, pais de família, profissionais liberais e para todos aqueles que no labor diário não rejeitam esforços em busca de um futuro mais digno para si e para os seus.
Nesse sentido, a Igreja Católica não é silente, pois, em sua Doutrina Social, enaltece o valor do trabalho. Assim, sobre esse importante valor para a humanidade, o Papa João Paulo II exorta, na encíclica Laborens Exercens, 1, que é “mediante o trabalho que o homem deve procurar-se o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos.”
Sendo assim, a Igreja põe luz sobre essa realidade humana e, na aludida encíclica (n. 27), nos mostra, ainda, que o suor e a fadiga, que o trabalho humano necessariamente encerra, “proporcionam aos cristãos e a todo homem (…) a possibilidade de participar no amor à obra que o mesmo Cristo veio realizar”. Em outras palavras, aquele que empreende o esforço do trabalho pode tornar-se participante da obra da salvação de um modo misterioso. O homem, portanto, acaba por colaborar com a salvação da humanidade por meio do seu trabalho, e poderá revelar-se verdadeiro seguidor e discípulo de Nosso Senhor, carregando sua cruz diariamente, nas circunstâncias, tempos e lugares em que for chamado a servir.
As palavras do Padre Marco Antônio P. Arêas, Reitor do Seminário, ilustram muito bem essa realidade, quando na celebração da Santa Missa em honra de São José Operário, ocorrida no Seminário da Imaculada Conceição, mostrou a importância de viver toda realidade laboral com dedicação e amor, seja ela qual for. Extraindo da vida de São José as suas virtudes e seu labor exemplar, discorreu sobre como é importante, à imitação do santo, oferecer o trabalho, e mesmo o estudo, a Deus, sendo obediente a Ele e fazendo tudo pela causa do Evangelho e para a Sua honra e glória.
Considerando todas essas coisas, é imperioso que sejamos recorrentes em pedir a intercessão e o auxílio de São José em todos os nossos trabalhos, para que, assim como ele, possamos ser fieis no serviço do Senhor, fazendo tudo com dedicação e amor.
São José Operário, rogais nós!