1º Domingo da Paixão

Vexilla Regis prodeunt: Fulget Crucis mysterium, Quo carne carnis Cónditor Suspensus est patibulo. (hino de vésperas)

Os últimos dias, que nos separam da prisão de Jesus, mostram-no-Lo constantemente como objeto do ódio de seus inimigos. Mas, que grandeza divina no modo como Ele próprio vai ao encontro da Paixão, Senhor dos acontecimentos, dominando os adversários, seguro da “sua hora”, aquela em que, pela obediência ao Pai e pela efusão do sangue, vai realizar-se a Redenção!

“Avançam os estandartes do Rei: é o mistério da Cruz, em que a Vida sofreu a morte, e pela morte restaurou a vida” (hino de vésperas). No limiar destas augustas semanas, a Igreja mostra-nos, em Jesus, a vítima imaculada do sacrifício, que se prepara, e também o vencedor da morte, o príncipe da vida.

Os pensamentos da Igreja vão exclusivamente para Jesus. Ela continua a oferecer a Deus a penitência quaresmal dos fiéis, mas a sua atenção concentra-se na Paixão do Senhor, de quem nos vem a salvação. Isto é particularmente sensível nas partes cantadas das missas desta semana e da Semana Santa. Os textos, em vez de estarem no plural, estão, o mais das vezes, na primeira pessoa do singular: Cristo fala só. Toma sobre si a prece e a angústia de todos. Ele é o justo perseguido, que a morte atemoriza, que os pecadores ameaçam, que implora graça e justiça.

Estão próximos os dias comemorativos da Paixão e Morte, nos quais Jesus, na qualidade de Sacerdote eterno e Mediador universal, ofereceu-se a si mesmo em sacrifício ao Eterno Pai pela redenção dos homens (Epístola). A liturgia de hoje descreve o Salvador tomado da mais supliciante angústia (Introito), e o ódio implacável que, iniciado com Herodes quando quis mata-lo, ainda criança (Tractus) culminou no fim do terceiro ano de sua vida pública, quando os judeus espreitavam todas “as ocasiões para prendê-lo ” e fazê-lo morrer (Evangelho). E Jesus, confiante no Pai, pede-lhe seja poupada a dura prova da Paixão que repugna à sua natureza humana (Gradual) e seja ele exaltado com a glória da ressurreição (Introito).

A partir de hoje até Quinta-feira Santa, nas Missas do Tempo da Paixão omite-se o Salmo Júdica me e o Glória Patri do Introito e do Lavabo.

Extraído do livro Vivendo a Quaresma e do Missal Romano Quotidiano

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