Liturgia Dominical – † 3º Domingo do Advento

« Liturgia Dominical »

† 3.º Domingo do Advento róseo ou roxo – 1ª classe.

Intróito / Filipenses 4. 4-6; Salmo 84. 2

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Gaudéte in Dómino semper: íterum dico, gaudéte. Modéstia vestra nota sit ómnibus homínibus: Dóminus enim prope est. Nihil sollíciti sitis: sed in omni oratióne petitiónes vestræ innotéscant apud Deum. Ps. Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. ℣. Glória Patri.

Regozijai-vos sempre no Senhor. Ainda uma vez vos digo: regozijai-vos. Seja a vossa modéstia conhecida de todos os homens, porque, o Senhor está perto. De nada vos inquieteis, mas, em qualquer tempo, apresentai a Deus os vossos pedidos. Sl. Abençoastes, Senhor, a vossa terra; reconduzistes a Jacó do cativeiro. ℣. Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.

Aurem tuam, quǽsumus, Dómine, précibus nostris accómmoda: et mentis nostræ ténebras, grátia tuæ visitatiónis illústra: Qui vivis et regnas.

Nós Vos rogamos, Senhor, inclinai os vossos ouvidos às nossas preces, e pela graça de vossa visita, iluminai o nosso espírito. Vós que, sendo Deus, viveis e reinais.

Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses 4. 4-7

A certeza da salvação, que se avizinha, deve conferir aos cristãos, em face das contingências deste mundo, uma paz e moderação, cuja nota dominante seja uma alegria profunda.

Fratres: Gaudéte in Dómino semper: íterum dico, gaudéte. Modéstia vestra nota sit ómnibus homínibus: Dóminus prope est. Nihil sollíciti sitis: sed in omni oratióne et obsecratióne, cum gratiárum actióne, petitiónes vestræ innotéscant apud Deum. Et pax Dei, quæ exsúperat omnem sensum, custódiat corda vestra et intellegéntias vestras, in Christo Iesu, Dómino nostro.

Irmãos: 4Regozijai-vos sempre no Senhor. Ainda uma vez vos digo: regozijai-vos. 5Seja a vossa modéstia conhecida de todos os homens; o Senhor está perto. 6De nada vos inquieteis; mas, em toda oração e súplica, dando graças, apresentai a Deus os vossos pedidos. 7E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guarde os vossos corações e os vossos espíritos no Cristo Jesus, Senhor nosso.

Gradual / Salmo 79. 2-3

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Qui sedes, Dómine, super Chérubim, éxcita poténtiam tuam, et veni. ℣. Qui regis Israël, inténde: qui dedúcis, velut ovem, Ioseph.

Vós, Senhor, que estais assentado acima dos Querubins, manifestai o vosso poder e vinde. ℣. Atendei, Vós que governais a Israel, e conduzis a José como um pastor a ovelha.

Aleluia / Salmo 79. 3

« Aleluia » é um grito de júbilo, que significa: « louvai ao Senhor ».

Allelúia, allelúia, ℣. Excita, Dómine, potentiam tuam, et veni, ut salvos fácias nos. Allelúia.

Aleluia, aleluia. ℣. Manifestai, Senhor, o vosso poder e vinde, para que sejamos salvos. Aleluia.

Evangelho segundo São João 1. 19-28

A expectativa do Messias tornara-se impaciente e João Baptista teve de se defender do rumor que fazia crer o era ele mesmo. Isso deu-lhe ensejo de revelar às multidões o Cristo que ignoravam e desligá-las da sua pessoa para as conduzir a Ele.

In illo tempore: Misérunt Iudaei ab Ierosólymis sacerdótes et levítas ad Ioánnem, ut interrogárent eum: Tu quis es? Et conféssus est, et non negávit: et conféssus est: Quia non sum ego Christus. Et interrogavérunt eum: Quid ergo? Elías es tu? Et dixit: Non sum. Prophéta es tu? Et respondit: Non. Dixérunt ergo ei: Quis es, ut respónsum demus his, qui misérunt nos? Quid dicis de te ipso? Ait: Ego vox clamántis in desérto: Dirígite viam Dómini, sicut dixit Isaías Prophéta. Et qui missi fúerant, erant ex pharisaeis. Et interrogavérunt eum, et dixérunt ei: Quid ergo baptízas, si tu non es Christus, neque Elías, neque Prophéta? Respóndit eis Ioánnes, dicens: Ego baptízo in aqua: médius autem vestrum stetit, quem vos nescítis. Ipse est, qui post me ventúrus est, qui ante me factus est: cuius ego non sum dignus ut solvam eius corrígiam calceaménti. Hæc in Bethánia facta sunt trans Iordánem, ubi erat Ioánnes baptízans.

Naquele tempo, 19os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas a João, para lhe perguntar: Quem és tu? 20Ele confessou e não negou. E confessou: Eu não sou o Cristo. 21E perguntaram-lhe: Então, quem és? És tu Elias1? Ele respondeu: Não sou. És tu o Profeta2? Ele repetiu: Não. 22Disseram-lhe, então: Quem és, pois, para respondermos aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo? 23E [João] respondeu-lhes: Eu sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. 24Ora, os enviados eram da seita dos fariseus. 25E fizeram-lhe esta pergunta: Por que, então batizas tu, se não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta? 26Respondeu-lhes João, dizendo: Eu batizo com água, mas, no meio de vós está Um que vós não conheceis. 27Este é O que virá depois de mim, que era antes de mim e de quem não sou digno de desatar a correia dos sapatos. 28Isto se deu em Betânia, além do Jordão, onde João batizava.

1 Elias devia voltar, « em espírito », para preparar os caminhos do Senhor.

2 Baseados no Deuteronômio 18. 15, pensavam os Judeus que um « profeta » havia de preceder o Messias: talvez Moisés voltasse com Elias. Na realidade, era no próprio Cristo, novo Moisés, que a promessa do Deuteronômio devia encontrar plena realização. Ver acima o que se disse acerca dos pontos de contato entre Moisés e o Messias.

CREDO…

Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 84. 2-3

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob: remisísti iniquitatem plebis tuæ.

Abençoastes, Senhor, a vossa terra; reconduzistes a Jacó do cativeiro; perdoastes a iniquidade de vosso povo.

Secreta

É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon. É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.

Devotiónis nostræ tibi, quǽsumus, Dómine, hóstia iúgiter immolétur: quæ et sacri péragat institúta mystérii, et salutáre tuum in nobis mirabíliter operétur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Fazei, Vos suplicamos, Senhor, que sempre Vos imolemos a hóstia de nossa devoção, a fim de que produza o efeito para o qual instituístes este sagrado Mistério. E opere maravilhosamente em nós vossa obra de salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Isaias 35. 4

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Dícite: pusillánimes, confortámini et nolíte timére: ecce, Deus noster véniet et salvábit nos.

Dizei: Pusilânimes, confortai-vos e não temais: eis que o nosso Deus virá e nos salvará.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Implorámus, Dómine, cleméntiam tuam: ut hæc divína subsídia, a vítiis expiátos, ad festa ventúra nos praeparent. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Imploramos, Senhor, a vossa clemência para que este Remédio divino, purificando-nos dos nossos pecados, nos prepare para as festas que se aproximam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

O senhor está perto

O Senhor aproxima-Se cada vez mais da minha alma, convidando-me com a Sua graça: também eu quero aproximar-me dEle, reavivando os meus desejos e a minha fé.

1 — « Nós Vos esperamos, Senhor; o Vosso nome e a Vossa memória são o desejo da nossa alma. Minha alma deseja-Vos de noite e o meu espírito busca-Vos desde a manhã » (BR).

Se tu também, alma consagrada, te preparas para comemorar a Encarnação do Verbo por meio desta vigilante e amorosa espera, ressoará hoje mais jubilosa que nunca, aos teus ouvidos, a boa nova: « o Senhor está perto, vinde, adoremo-lO! » Toda a liturgia deste dia te convida a gozar da proximidade do Redentor: « alegrai-vos incessantemente no Senhor, outra vez vos digo, alegrai-vos… O Senhor está perto! » Assim começa a Santa Missa de hoje e o mesmo repete a Epístola (Fil. 4,4-7). O motivo da alegria é só este: « O Senhor está perto! ». Para a alma que, com sinceridade e empenho, com vivo desejo e amor, espera e procura somente a Jesus, um só pode ser o motivo da sua alegria: saber que Jesus está perto, cada vez mais perto. Também S. Paulo nos exorta a não ter outros desejos: « o Senhor está perto, não vos inquieteis com nada… A paz de Deus, que está acima de todo o entendimento, guarde os vossos corações ».

Quanto mais a alma concentra em Deus os seus desejos e afetos, tanto mais livre se sente das preocupações terrenas; já não se perturba com coisa alguma, porquanto sabe que uma só coisa é necessária: « buscar a Deus » e em Deus achará tudo o que precisar. Por isso, a proximidade do Senhor é para ela fonte, não só de viva alegria, mas também de paz: nEle tem tudo, Deus lhe basta.

2 – « O Senhor está no meio de vós »: é a segunda alegre mensagem da liturgia do dia que nos é dirigida no Evangelho de hoje (Jo. 1. 19-28), pela boca do Batista. « No meio de vós está quem vós não conheceis ». João dirigia estas palavras aos judeus que não conheciam Jesus, o qual, apesar de não Se lhes ter manifestado com milagres, já vivia entre eles há trinta anos. O Batista ­— homem de fé — apontava-O com plena certeza.

As suas palavras também valem para nós, também no meio de nós Jesus está presente; presente nos Seus tabernáculos pela Eucaristia, presente nas nossas almas pela graça. Mas quem O conhece? Somente o que crê. Reaviva, pois, a tua fé, porque na medida em que acreditares, acharás e conhecerás a Jesus. Às vezes Ele esconde-Se do teu olhar interior, parecendo que já não Se quer deixar encontrar nem sentir; é então o momento de redobrar a fé, de caminhar « em fé nua ». « Bem-aventurados os que não viram e creram » (Jo. 20, 29). Tal foi a fé de São João Batista que não tinha visto os milagres de Jesus, e, apesar disso, acreditara. Tal foi a fé de Maria Santíssima a que alude a antífona das Vésperas de hoje: « Bem-aventurada sois, ó Maria, porque crestes no Senhor: tudo o que foi dito se cumprirá em Vós ». Também a Virgem viveu de fé: teve de crer nas palavras do Anjo e, ao aceitar ser Mãe de Deus, teve de ir ao encontro de um mistério que não compreendia. Maria, porém, acreditou e, devido à Sua fé, cumpriram-se nEla as palavras de Deus. O mesmo te acontecerá a ti: se tens fé em Deus e nas Suas promessas, verás que se cumprirão as tuas esperanças e poderás realizar o teu ideal de íntima união com Deus.

Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D. Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.